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Estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), em conjunto com o Grupo de Pesquisa t3xto, desenvolveram o Fato Sem Fake, projeto de extensão voltado ao combate à desinformação e fake news nas redes sociais digitais. Com a proposta futura de oferecer um curso acessível a pessoas com deficiência sensorial (visual e auditiva), o projeto reúne hoje conteúdos multimídia com discussões sobre o tema com pesquisadores e especialistas de diversas áreas.
A ideia do projeto surgiu em abril deste ano, um mês após o início da pandemia do novo coronavírus (covid-19). No intuito de combater a chamada “infodemia”, quantidade excessiva de informações que circulam nas mídias digitais e que podem levar à desinformação, o Fato sem Fake atua com a criação de conteúdos especiais sobre o tema em suas múltiplas dimensões, como fact checking, jornalismo de dados, consumo de informações e acessibilidade, discursos de ódio, democracia e trabalho digital. Por meio de discussões com convidados e convidadas, os temas são abordados em entrevistas no formato de podcast, disponível nas principais plataformas de streaming.
Como parte da pesquisa “Processos Comunicacionais inclusivos: Narrativas Midiáticas com Acessibilidade Comunicativa”, coordenada pelo orientador Marco Bonito, líder do Grupo t3xto e professor do curso de jornalismo, a produção dos conteúdos é toda feita pelos estudantes de iniciação científica. Neste momento, o projeto se concentra na produção de material amplo sobre o tema. No entanto, a segunda fase está voltada à tradução dos materiais para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e desenvolvimento de audiodescrição, como parte da proposta de oferecer acessibilidade às discussões para pessoas com alguma deficiência auditiva ou visual. Inclusive, no terceiro episódio do programa, o Fato Sem Fake conversou com Joana Belarmino, professora do curso de jornalismo da Universidade Federal da Paraíba e pesquisadora de comunicação e acessibilidade, sobre consumo de informação, desinformação e infodemia na cultura das pessoas com deficiência visual.
A proposta é que o projeto também sirva como uma oportunidade para colocar os aprendizados do curso em prática. Segundo Gabriel Pujol, um dos integrantes do grupo, a proposta futura de transformar o projeto em um curso online, aberto aos universitários e à comunidade externa, ajuda a criar um ambiente de aprendizado e de aplicação dos conhecimentos junto aos outros profissionais da área: “o curso formará combatentes das fake news e desinformação, e também será um importante agregador de conhecimento e diferencial na formação de comunicadores e formadores de opinião”, comenta o estudante.

Desde a sua criação, o programa de podcasts já completou uma série de 10 episódios. Além disso, o blog no Medium reúne alguns textos curtos sobre o projeto e assuntos abordados. Agora, a ideia é que o projeto se expanda para além do âmbito acadêmico. Segundo Pujol, a receptividade dentro da universidade tem sido positiva, o que rendeu outras parcerias institucionais, como a do i4 notícias, plataforma de notícias do campus São Borja, e o Pampa sem Fake, do curso de Ciências da Computação do campus de Bagé. “Com as próximas produções, pretendemos atingir ainda mais pessoas, ‘espalhar a palavra’ do combate à infodemia para o maior número de pessoas possível”, complementa.
Conheça mais sobre o Fato Sem Fake:
Programa de podcasts: Anchor.fm
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